18.5.08

"Por que que a gente é assim?"

Ai, ai vivemos nós um momento paralítico, isso mesmo paralítico! Primeiro a universidade, depois o transporte público e mais recentemente os professores estaduais. Antes era totalmente contra greves porque como quase todo mundo sempre penso que sou muito mais prejudicada com a greve do que sem ela, mas de uns tempos pra cá comecei a pensar em como sofrer ou não com a greve é apenas uma questão de perspectiva. Como assim? simples, no caso das greves na educação é bem mais fácil compreender como esse pensamento funciona, se os professores entram em greve, ficamos sem aula e não temos aquela sensação de que, pelo simples fato de estarmos na sala de aula, estamos aprendendo alguma coisa. Será que na situação em que se encontram os professores em termos de preparo e salário temos condições de aprender alguma coisa? acho sinceramente que não. Mas pelo simples fato de não ter que ficar em casa sem fazer nada ou ficar com aquela paranóia de que vou perder tudo na vida se perder alguns dias de aula, muitas pessoas acham que não estão perdendo. O que há , é um encurralamento da população sempre que ocorrem esses movimentos, somos prejudicados de todas as formas, mas você deve estar se coçando pra me perguntar " O que eu devo fazer?" digo, esse é o seu primeiro erro, se você olhar bem à sua volta vai ver que quem está de greve, está paralisado por que está fazendo algo pra chamar atenção à suas insatisfações e que isso é algo quer nós, seres humanos, fazemos desde que nascemos, desenvolvemos sempre formas de chamar atenção quando estamos insatisfeitos com algo ou com alguém. A diferença para as greves é que elas são vistas como uma manifestação de pessoas preguiçosas. Por acaso nós alunos e usuários de transporte coletivo estamos sendo prejudicados somente agora com as greves? Não, somos prejudicados todos os dias quando os ônibus atrasam, quando não há linha disponível onde moramos, quando o ônibus quebra por falta de manutenção, quando assistimos à aulas que não foram preparadas, ministradas por professores que não tem muita idéia do que estão falando, quando assistimos aulas em ambiente sem condições, quando não temos livros para pesquisar. A diferença é que nós simplesmente nos conformamos em reclamar pra quem está no banco do lado ou na carteira do lado, cadê a nossa voz quando nós mais precisamos? Onde está nosso poder, nossa força? É muito fácil se colocar na posição de vítima e achar sempre que a culpa é de quem tenta reivindicar melhorias pra sua vida. Eu particularmente só tenho um sentimento pelos grevistas: INVEJA de toda a articulação e força que têm de mobilização, toda a prática que tem em incomodar e fazer com que todos dêem atenção à suas reclamações. Chega sim , mas é de apatia!

2 comentários:

Ceres disse...

apoiado, companheira!
Naara para vereadora!!

Jorge André disse...

[apoiado, companheira!
Naara para vereadora!]²

agora, há uma coisa interessante a se destacar nessas greves: a dos transportes era marcada em horas de ocorrência; a dos professores da uespi, em dias, semanas e meses.

a repercussão social foi maior nos transportes, o povo atentou contra os motoristas, mas poucos se indignaram abertamente contra a greve da UESPI (quem manifestou com violência e ardor CONTRA a greve?).

e naum podemos dizer que foi porque todos, estudantes e sociedade ,apoiaram, pq os murmurinhos de "greve que prejudica", "greve ilegal" e afins pipocaram da boca de alguns alunos e alguns professores.

será um sinal de que a educação ainda naum recebe o respeito tecnológico devido em nossa sociedade?